Doenças

segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

 



Tendinite calcárea:

A tendinite calcárea no ombro é caracterizada pelo depósito de sais de cálcio (hidroxiapatita) nos tendões da coifa dos rotadores e pode ser uma causa de dor no ombro.

É mais comum acometer pacientes do sexo feminino  entre  30 e 50 anos de vida e, é mais comum ocorrer do lado direito. Entre 35 a 45% dos casos o paciente nada sente  e o tendão mais comumente acometido é o supra-espinal. Essas calcificações podem ser classificadas por seu tamanho e forma e por sua localização.

Existe uma predisposição pessoal para o desenvolvimento de depósitos de cálcio, mas para ocorrer tal formação, deve haver uma alteração vascular local, o que faz com que haja uma alteração química no interior do tendão e isso leva a deposição de cálcio.

A clínica varia conforme a fase em que se encontra o depósito de cálcio. Na fase aguda o paciente pode apresentar uma dor forte, de localização inespecífica e irradiação para a inserção do músculo de litoide. Contudo ao palpar o ombro é possível localizar o ponto exato de dor do paciente e é possível observar uma limitação da mobilidade articular pela dor. Na fase crônica os sinais e sintomas são os da Síndrome de Impacto do Ombro.

O Diagnóstico se faz pelo exame de Raio X, mas a Ressonância Magnética é importante para se descartar uma eventual lesão do tendão, assim como saber, corretamente, a relação entre o depósito de cálcio e espessura do tendão.

O tratamento também depende da clínica do paciente. Se esse apresenta dor, analgésicos podem ser indicados, assim como crioterapia, repouso, e fisioterapia. Além disso, se estiver na fase de reabsorção do depósito (fase aguda), a aspiração desse depósito pode ser indicada e, geralmente, traz um grande alívio ao paciente. O tratamento cirúrgico pode ser indicado para os casos crônicos, em que os pacientes apresentam sintomas de síndrome de Impacto e que, eventualmente, não melhoram com o tratamento não cirúrgico (fisioterapia, mudanças na atividades da vida diária). No tratamento cirúrgico, o objetivo é retirar esse depósito de cálcio e, particularmente, eu gosto de realizar a acromioplastia junto com a retirada do depósito. Esse procedimento é feito por meio da artroscopia e, geralmente, os resultados são muito bons.


Sindrome do Impacto

 

O que é síndrome do impacto?

Este foi o termo criado pelo Dr. Charles Neer, na década de 1970, para designar o conjunto de alterações clínicas e anatômicas decorrentes do impacto entre o tubérculo maior do úmero e o acrômio, causando compressão dos tendões da coifa (manguito) dos rotadores e da bursa subacromial.

 

Como ocorre a síndrome do impacto?

A articulação do ombro normal se faz entre a cabeça do úmero e a glenoide, que é uma parte da escápula. Os tendões da coifa (manguito) dos rotadores se inserem em duas proeminências ósseas adjacentes à cabeça umeral, chamadas de tubérculos maior e menor. Quando o espaço entre o acrômio e o tubérculo maior está reduzido, os tendões (notadamente, o supraespinal) são comprimidos, o que pode levar à inflamação, desgaste e ruptura dos mesmos. Além disso, a bursa subacromial, que cobre os tendões, também torna-se inflamada, levando à bursite.

 

Por que ocorre a síndrome do impacto?

Vários fatores podem causar a síndrome do impacto, entre os quais os mais importantes são a forma do acrômio e a realização de atividades repetidas com o ombro em posição inadequada.

De acordo com sua curvatura, o acrômio pode ser classificado em 3 tipos: reto (tipo I), curvo (tipo II) e ganchoso (tipo III). Sabe-se que a maior parte da população tem o acrômio tipo II. Acredita-se que quanto mais curvo o acrômio, maior a chance de impacto subacromial e, consequentemente, de ruptura do manguito rotador. Com o desgaste dos tendões e ligamentos do ombro, um esporão (entesófito) forma-se na ponta do acrômio, podendo comprimir ainda mais os tendões e a bursa.

Pessoas que realizam atividades repetidas com as mãos acima da cabeça estão sob maior risco de desenvolverem síndrome do impacto, bem como aquelas que executam outras tarefas com o ombro abduzido (um pouco “aberto para o lado”) por longo período.

 

Quais são os sintomas da síndrome do impacto?

O principal sintoma da síndrome do impacto é dor no ombro. Caracteristicamente, a dor piora muito à noite, ao deitar. Também piora durante movimentos para levantar o braço e aos esforços. Na maior parte dos casos, a dor não se localiza apenas no ombro, mas também na região lateral do braço (deltoide).

 

Como tratar a síndrome do impacto?

Nas fases iniciais, o paciente é tratado com medicamentos anti-inflamatórios e fisioterapia. O resultado deste tratamento costuma ser muito bom e, desde que sejam feitas correções de atividades trabalhistas e/ou desportivas inadequadas, são também duradouros.

Alguns pacientes com estágios mais avançados podem necessitar de modalidades mais agressivas de tratamento, como infiltração ou até mesmo artroscopia do ombro.

 

ARTROSE ACRÔMIO-CLAVICULAR

A artrose acrômio-clavicular caracteriza-se por ser um processo degenerativo (desgaste articular) que se instala na “ponta” da clavícula, justamente onde esta “ponta” se articula com outra proeminência óssea, chamado acrômio (abaixo).


E QUAIS SÃO AS CAUSAS DESTE PROBLEMA?

A artrose acrômio-clavicular tem causa multi-fatorial, embora alguns de seus fatores causais sejam bem conhecidos.

O próprio envelhecimento pode levar ao desenvolvimento de uma fenômeno degenerativo (desgaste) na articulação acrômio-clavicular e, não raro, estes quadros ocorrem em conjunto com a presença de lesões do manguito rotador (inflamação dos tendões do ombro).

Todavia, um histórico de muita atividade física, especialmente se o esporte praticado envolve atividades mais intensas com os braços, como tênis ou vôlei, é sabidamente um fator de risco para o desenvolvimento da artrose acrômio-clavicular, embora este problema possa ocorrer, também, em indivíduos sedentários.

Ainda, a artrose acrômio-clavicular pode ocorrer como consequência de um trauma prévio, no ombro.

 

E QUAIS SÃO OS SINTOMAS?

A artrose acrômio-clavicular tem um quadro clínico bastante típico, e se manifesta principalmente por dor na “ponta da clavícula” (figura abaixo), dor esta que, via de regra, piora com esforços, e que também pode incomodar muito o paciente durante o sono.

O diagnóstico dessa condição é clínico, embora, em alguns casos, haja a necessidade de solicitarem-se alguns exames complementares, incluindo radiografias e ressonância magnética.

 

E SOBRE O TRATAMENTO?

O tratamento inicial da artrose acrômio-clavicular é quase sempre clínico, envolvendo medicação, fisioterapia, e inclusive infiltrações na articulação, as quais, via de regra, funcionam muito bem (abaixo).

Todavia, em alguns casos, onde o processo inflamatório e degenerativo da articulacão é mais intenso, o tratamento cirúrgico, feito através de artroscopia (com uma câmera de video), pode ser utilizado, consistindo o mesmo na remoção da ponta da clavícula.

Os resultados do tratamento artroscópico da artrose acrômio-clavicular são, em geral, excelentes, sendo esta uma cirurgia não só minimante invasiva, como também de rápida recuperação.

 

CAPSULITE ADESIVA DO OMBRO

A capsulite adesiva é uma inflamação da cápsula da articulação do ombro denominada. Ela apresenta três fases: inflamação, congelamento e descongelamento.

Na fase de inflamação o paciente costuma apresentar uma dor muito intensa na região do ombro que pode irradiar para o braço. Movimentos simples do dia-a-dia acabam sendo prejudicados e muitas vezes o diagnóstico pode ser confundido com outras patologias do ombro que também causam dor, como as lesões do manguito rotador, tendinite calcárea, entre outros.

Na segunda fase da capsulite adesiva a cápsula articular se torna menos elástica e mais espessa. Como ela envolve a dobradiça que é o ombro, ele acaba “congelando” gerando uma perda da mobilidade. Os pacientes apresentam dificuldade para realizar movimentos como fechar o soutien, pegar a carteira no bolso de trás da calça ou objetos em prateleiras mais elevadas, etc.  Essa fase é chamada de congelamento e por isso a capsulite adesiva é também conhecida como ombro congelado.

Por fim, na fase de descongelamento a cápsula articular retoma a sua elasticidade habitual e o paciente aos poucos vai readquirindo a movimentação normal do ombro.

Como é feito o seu diagnóstico?

O diagnóstico da capsulite adesiva é clínico, ou seja, a partir de uma boa anamnese (história clínica do paciente) e do exame físico, já é possível chegar ao seu diagnóstico. No entanto, alguns exames complementares podem ajudar para excluir diagnósticos diferenciais como lesão da coifa dos rotadores, artrite e/ou artrose do ombro, tendinite calcárea, entre outros.

Entre os exames complementares, a radiografia (RX) do ombro na capsulite adesiva não costuma apresentar alterações. Já na ressonância nuclear magnética (RNM), as alterações podem ser muito

Por que a capsulite adesiva acontece?

Apesar de a maioria dos casos de capsulite adesiva ocorrer sem uma causa específica, algumas doenças podem estar relacionadas com esse quadro, sendo que a diabetes é a mais comum – os pacientes diabéticos têm até 4 vezes mais chance de desenvolverem a capsulite adesiva do que a população geral.

Abaixo algumas doenças que podem estar relacionadas com a capsulite adesiva:

•             diabetes

•             doenças cardiovasculares

•             trauma

•             infarto do miocárdio

•             discopatias cervicais

•             imobilização prolongada

•             doenças da tireóide

 

 

Quando a infiltração para o tratamento da capsulite adesiva está indicada?

A capsulite adesiva pode durar de meses a anos e a dor costuma ser muito intensa principalmente na fase inicial. Nessa fase (inflamação), caso as medicações prescritas não sejam suficientes para controlar a dor do paciente, uma infiltração intra-articular com corticóide no ombro pode ser realizada.

Já nos casos em que o paciente apresenta uma rigidez articular importante e sem ganho significativo da mobilidade, a infiltração pode ser realizada seguida de uma manipulação do ombro. Essa manipulação tem como objetivo romper a cápsula articular sem cirurgia e acelerar assim o processo de descongelamento.

Como é feita a infiltração para o tratamento da capsulite adesiva?

A infiltração intra-articular do ombro, ou seja, a colocação de medicamento dentro da cápsula articular, pode ser feita no próprio consultório médico com anestésico local. Ela pode ser realizada com o auxílio de um aparelho de ecografia para uma maior precisão no procedimento e o medicamento de escolha para o tratamento da capsulite adesiva é o corticoide por ter um alto poder anti-inflamatório.

Contudo, na fase de congelamento a manipulação articular após a infiltração é feita com o doente sedado e anestesiado, portanto, ser realizada no centro cirúrgico.

O bloqueio do nervo supraescapular (BNSE)

 é um método eficaz e seguro no tratamento da dor em enfermidades crônicas que acometem o ombro, como lesão irreparável do manguito rotador, artrite reumatoide, tendinite calcária, câncer, sequelas de AVC e capsulite adesiva

Uma das mais frequentes patologias de ombro com indicação para o BNSE é a capsulite adesiva, que é uma síndrome dolorosa caracterizada por limitação dos movimentos ativos e passivos desta articulação em todas as direções, sendo que nenhum bloqueio mecânico possa e O bloqueio ou infiltração com anestésicos no trajeto do nervo, em intervalos semanais, é preconizado por alguns cirurgiões ortopédicos e em algumas situações, por isso consultar um especialista em ombro é sempre a melhor opção.

A principal função dessa técnica é de reduzir a dor e desconforto do paciente na fase aguda para que o mesmo consiga fazer o tratamento fisioterápico, principalmente alongamentos, e consequentemente ter uma recuperação mais veloz.

A técnica consiste na injeção do anestésico na fossa supraespinal do ombro acometido, com o paciente em posição sentada e com os membros superiores ao lado do corpo.

Este método de tratamento pode ser utilizado principalmente em casos refratários a outras terapias para controle da dor no ombro.

Quanto tempo deve se utilizar a imobilização ?

O uso da imobilização  após a infiltração seguida de manipulação articular do ombro não se faz necessário. Pelo contrário, o seu uso é contraindicado. O paciente deve dar início aos exercícios de alongamento conforme tolerado para manter o arco de movimento adquirido no procedimento.

E quando iniciar  a fisioterapia?

Idealmente a fisioterapia deve ser iniciada já no dia seguinte ao procedimento para manter o ganho do arco de movimento adquirido.

 A maioria dos doentes submetidos à infiltração seguida de manipulação articular para o tratamento da capsulite adesiva apresenta muito bons resultados. A primeira semana após o procedimento pode ser um pouco dolorosa, porém já no primeiro retorno com uma semana a maioria dos pacientes relatam uma sensação de alívio, como se algo que estivesse amarrando e segurando o ombro estivesse solta. Dirigir é permitido conforme tolerado já de início, assim como demais atividades que não exijam força excessiva.uais são os resultados?

Como é a cirurgia para o tratamento da capsulite adesiva?

Em casos selecionados e sem melhora com os tratamentos já mencionados acima, pode ser indicada a liberação articular artroscópica do ombro congelado.

É um procedimento cirúrgico, no qual uma câmera é introduzida dentro do ombro através de pequenos furos na pele e, a partir da visualização direta interna do ombro, é feita uma liberação 360 graus da cápsula articular, ou seja, a cápsula articular do ombro é cortada em toda a sua extensão para que assim o ombro possa a ficar livre novamente.

 

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